THE RINGLING
28 de junho de 2023Stephanie Silva
+1 (510) 717-6623
S
tephanie Silva, atualmente residente em Michigan, concluiu sua graduação em Ilustração em 2019 e finalizou seu mestrado em Ilustração e Cultura Visual em maio de 2023 em Saint Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Ela tem interesse especial em ilustrações de moda, na interação do corpo com tecidos e movimento, além de desenhar dançarinas, atletas e retratos.
Seus materiais primários são os chamados análogos, começando com rascunhos feitos com lápis, grafite e papel, além de guache, dependendo do tema e saturação das cores. Após os rascunhos prontos, eles são digitalizados e finalizados no computador com o Photoshop. Outra técnica que ela usa é pintar o fundo separadamente do conteúdo, para depois mesclar os dois desenhos, permitindo experimentar e testar várias possibilidades. Para retratos, ela tira várias fotos de diferentes ângulos do rosto para desenhar com a maior fidelidade possível, garantindo que o resultado se assemelhe bastante à pessoa retratada.
Stephanie tem como meta desenhar para marcas de renome e se envolver em publicidade. Além disso,
planeja lançar um livro com todas as suas ilustrações em um futuro próximo.
Durante seu mestrado, ela explorou o conceito de “legados criativos”, que destaca como estilistas renomados influenciam e inspiram os novos talentos. Stephanie se inspira em Martin Margiela da Maison Margiela e Rei Kawakubo da Comme des Garçons. É interessante notar as distinções entre estilistas belgas e japoneses; ambos tendem a focar na “desconstrução”. A abordagem de Kawakubo com roupas assimétricas nos desfiles dos anos 80 em Paris, utilizando “bainhas” inacabadas e a cor preta, que não era uma tendência na época, foi revolucionária. Enquanto isso, novos estilistas belgas, conhecidos como os seis de Antuérpia, foram impactados por essa influência (Dries Van Noten, Ann Demeulemeester, Walter Van Beirendock, Dirk Van Saene, Dirk Bikkembergs e Marina Yee, que formaram um coletivo em 1982).
Martin Margiela não foi um dos seis, mas é um contemporâneo... “É isso que eu gosto”, afirma Stephanie.
Entre Paris e Nova Iorque, é possível comparar o contraste entre os estilistas que desfilam em Paris.
Enquanto Dior possui um legado significativo, outros como Kawakubo são mais vanguardistas. A alta costura é sempre destaque na capital francesa.
‘ Os estilistas britânicos também têm uma abordagem inovadora, sendo reconhecidos pela renomada
escola de moda Central Saint Martins. Os formandos dessa instituição apresentam verdadeiros espetáculos em seus lançamentos. Já as marcas de Nova Iorque tendem a ser mais comerciais.
Rei Kawakubo, uma estilista de destaque, se destaca pelo caráter extravagante de suas roupas durante os desfiles, que são altamente conceituais. No entanto, ao chegarem às lojas, as peças tendem a ter um estilo mais conservador.
Existe uma marca chamada Viktor & Rolf, que se dedica exclusivamente à alta costura, e é bem conhe-
cida que apenas uma pequena parcela da população consegue investir em roupas extravagantes, já que se trata de um mercado bastante restrito. A maioria das pessoas que consome essas marcas são celebridades ou optam por perfumes e cosméticos da linha, que são mais acessíveis.
Eu acredito que a indústria da moda precisa desacelerar, pois os desfiles a cada seis meses são demais. As marcas sentem a pressão de lançar novas coleções constantemente, mas acho que devemos reconsiderar essas expectativas de ter novidades a cada seis meses. Precisamos de ideias interessantes e inovadoras, não apenas repetições do que vimos na temporada anterior. Não sei se essa mudança ocorrerá em breve, pois tenho ouvido algumas pessoas expressarem preocupações sobre a sustentabilidade desse modelo. É irreal esperar um crescimento constante nos lucros a cada trimestre, e parece que esse sistema está prestes a ruir.
Quando se trata de moda italiana, as roupas são conhecidas por serem mais confortáveis. No entanto,
eu particularmente prefiro o estilo do Rio de Janeiro, com suas peças mais coloridas. Sou fã da marca Farm. Já em São Paulo, as pessoas tendem a optar por roupas em tons de preto e cinza.
Nalimo. “uma marca ativista, vanguarda em representatividade indígena no Brasil, comprometida com o meio ambiente, feita e liderada 100% por mulheres, atuando em defesa da Amazônia. Colaboramos com o fomento econômico de comunidades indígenas de diferentes biomas de Abya Yala (América Latina).
Sempre na perspectiva de empoderamento e emancipação feminina. Nosso design tem fortes códigos ancestrais, com estética minimalista presente nos acessórios e vestuário; sendo de matéria prima biodegradável, sustentável e orgânica.
A marca foi fundada há 6 anos por Dayana Molina, criativa indígena que atua há 16 anos profissionalmente. Sua moda é genuinamente forte, nada caricata e quebra estereótipos. O trabalho autoral da estilista, tem a colaboração de um time feito por mulheres em todas as etapas de produção. Potencializando a diversidade e priorizando a igualdade de raça e gênero, NALIMO nasce com propósitos enraizados desde sua concepção. Day Molina, foi a primeira mulher no Brasil, a falar sobre representatividade indígena na moda, criando o movimento #descolonizeamoda, inspirando mudanças estruturais no cenário brasileiro e idealizando o primeiro coletivo INDÍGENAS MODA BR junto da ativista indígena internacional, Zaya.