DESIGN EM CONJUNTO POR AMBIENTES MAIS CONFORTÁVEIS
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29 de fevereiro de 2024Restaurante Kaspíika, quintessência da cordialidade de restaurantes costeiros
Texto Vladimir Nishukov Fotografia Olga Alekseenko
K aspíika nas Lagoas Limpas em frente da Casa de Chá é quintessência da cordialidade de restaurantes costeiros de nossos balneários favoritos. Aqui há o mar Cáspio, bem como o Negro e Mediterrâneo; a gama romântica de azul e branco, destaques criativos na forma de instalações de mexilhões sob o teto ou de polvos azuis pendurados em vergas causam uma ligeira vibe marinha.
No interior não se sente um conceito rígido de design. Como se o dono do local, pescador idoso e bronzeado, fizesse o restaurante usando quaisquer coisas que tivesse à mão e, depois, pouco a pouco, integrasse nele novos detalhes: colhia as cadeiras e mesas, pendurava os quadros que tinha comprado aqui mesmo, à beira-mar, de um artista independente; foram certas coisas que ele pintou propriamente, atirou aos sofás as almofadas e colchas tricotadas que tinha visto por acaso numa loja. Ele espreitou certos conceitos em restaurantes semelhantes de outras costas, em países exteriores e em outros pescadores. Então, passo a passo, se ia formando este local, com sua própria história e toque reconhecido do dono preocupado.
A criação de tal história num local no centro de Moscou movimentada foi conseguida pelos arquitetos do Archpoint que, como esse pescador, juntaram muitas peças, ficando estas as melhores vizinhas uma para a outra.
Kaspíika é restaurante costeiro, isso significa que o visitante encontrará no cardápio todas as espécies de peixes e mariscos, incluindo ostras, mexilhões e rapanas.
Uma caraterística agradável do local é que mariscos não só se podem ser encomendados cozidos, mas também comprados frescos. Para isso, os arquitetos previram uma geladeira instalada num barco verdadeiro que como se passasse mais de um mês, abandonado, nas areias costais.
É um objeto de arte real que primeiro atrai o olhar do visitante da entrada. Aqui mesmo está pendurada uma balança, na qual, como num mercado, sua compra será pesada.
A gama de azul e branco usou-se como base de design.
No chão, à entrada há ladrilhos azuis e brancos, as abóbadas do prédio feitos de tijolos estão tintas em cor clara e forradas com pano de saco; atraem o olhar as folhas de metal azul amarrotado e os candeeiros de parede feitos de cerâmica azul.
O bar está forrado com pranchas azuis, sob o teto ficam candeeiros azuis na forma de arco, parecidos com velas abertas e ilhotes de mexilhões feitos em gesso. Sobre a cabeça, nas cordas
esticadas e vergas, estão pendurados polvos azuis que referem a tradição grega de secar mariscos de tal maneira à beira-mar.
Dos móveis são mesas de madeira sob toalhas de papel, cadeiras de vime vienenses bege e azuis colocadas no parquet.
Do primeiro andar pode-se descer para baixo, onde se vera uma sala mais lacônica, de ambiente de câmara e com o Cru Bar.
Aqui há menos azul e mais tons claros e neutros de bege e verde. Além das cadeiras de vime, aqui há sofás cobertas de tecidos macios para criar conforto. Nas paredes os arquitetos botaram quadros autorais em tela, em estilo negligente, sem moldura, como se fossem encontrados num comerciante de mercado. Por toda a sala estão botados cestos, estendidos tapetes trançados, colchas e almofadas de macramé.
No pátio do restaurante está arranjado um terraço de verão, e em tempo quente pode-se desfrutar do sabor de mariscos sob luzes do sol.
O restaurante atrai com seu ambiente autoral, muitas detalhas estão feitas manualmente: este é o barco envelhecido e os quadros sem molduras e painéis de metal amarrotado e as cortinas de bolinhas. Devido a essas coisas, no local é sentida a cordialidade e mão preocupada do dono por que se apetece voltar ao restaurante para novas noites aconchegantes.